Episódio envolvendo João Santana deixa claro vínculo de propina à campanha de Dilma, dizem tucanos

Agência AL/RS

O envolvimento do publicitário João Santana na nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nessa segunda-feira (22), vincula dinheiro de propina à campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014. Essa é a avaliação dos deputados da Bancada do PSDB na Assembleia Legislativa. Para os tucanos, as evidências envolvendo o marqueteiro do PT são as mais graves já apresentadas pela investigação do maior esquema de corrupção da história da República.

O líder da bancada, deputado Jorge Pozzobom, lembrou que Santana foi o responsável pelas campanhas presidenciais do PT desde 2006, quando Lula concorreu à reeleição. “Além da prisão dos condenados pelo ‘mensalão’ do governo Lula e da detenção do ex-tesoureiro petista, João Vacari Neto, por fazer parte do esquema de capitação de propina no ‘Petrolão’, a nova fase da Lava Jato atinge em cheio o PT, por meio de seu marqueteiro, o responsável pelas campanhas de 2006, 2010 e 2014”, observou.

A líder do PSDB na Assembleia, deputada Zilá Breitenbach, adiantou que o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves, deve solicitar a inclusão das informações da nova fase da Lava Jato ao processo encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pede a cassação da chapa composta pela presidente Dilma e seu vice, Michel Temer. “O PSDB está solicitando a inclusão desses documentos ao processo que tramita no TSE. Estamos diante de indícios fortes de que foram usados recursos de propina da Petrobras em benefício da campanha do PT”, concluiu.

Nova fase da Lava Jato
Na nova etapa da operação Lava Jato, denominada “Acarajé” (apelido dado a dinheiro de propina), o Ministério Público Federal e a Polícia Federal descobriram transferências de US$ 7,5 milhões de investigados da Lava Jato para a conta da offshore Shellbill Finance S.A., empresa controlada por Santana e sua esposa e sócia, Mônica Moura. Desse montante, US$ 3 milhões teriam sido pagos por meio de contas atribuídas à Odebrecht no exterior.

Texto: Luís Gustavo Machado (Jornalista – MTE 15280)