Operação Lava Jato um ano – Parte 3

Participação do PT no esquema de corrupção na Petrobras


Na terceira etapa do resgate histórico sobre o primeiro ano da Operação Lava Jato, a Bancada do PSDB na Assembleia Legislativa apresenta elementos que apontam a participação do partido da presidente da República no esquema de corrupção que desviou bilhões da Petrobras.

Além da presidente Dilma Rousseff ter presidido o Conselho de Administração da empresa quando os desvios se intensificaram, no governo Lula, as investigações da Lava Jato apontam que o PT recebeu cerca de US$ 200 milhões em propinas disfarçadas de doações oficiais ao partido. As doações eram feitas por empresas a pedido de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, após acertar valores com João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, e Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da Petrobras.

Vaccari Neto era quem indicava as contas dos diretórios onde os depósitos deveriam ser feitos – a maior parte foi doada ao diretório nacional do PT. No início desta semana, a Justiça Federal do Paraná abriu ação criminal contra o tesoureiro petista e o ex-diretor Renato Duque.

Há poucos dias o empreiteiro Gérson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia, afirmou em depoimento à Justiça Federal no Paraná, base da Operação Lava Jato, que repassou propinas para Vaccari Neto. Almada, preso desde 14 de novembro, na Polícia Federal, em Curitiba, disse que fez os pagamentos a pedido do lobista Milton Pascowitch, apontado como operador de propinas na Diretoria de Serviços da Petrobras.

Almada é o segundo empreiteiro que cita propinas para Vaccari Neto. Antes dele, em delação premiada, perante a força tarefa da Lava Jato, o vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite, declarou que em um restaurante em São Paulo ouviu pedido do tesoureiro do PT para providenciar quantia superior a R$ 10 milhões.

O procurador da República, Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou que foram feitas 24 doações eleitorais para disfarçar pagamento de propina ao PT. Segundo o procurador, essas doações foram realizadas a pedido do ex-diretor Renato Duque, elo do PT na estatal.

O CAPITÃO DO "TIME DE LULA"

Não podemos esquecer do envolvimento do “capitão do time” do Lula, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. Ele foi condenado pelo “mensalão” e agora estamos vendo sua participação no “petrolão”. Reportagem publicada no domingo, na Folha de São Paulo, revela que um dos empreiteiros acusados de participar do esquema de corrupção na Petrobras admitiu ter feito pagamentos à consultoria de Dirceu como parte da propina cobrada pelo esquema.

O presidente da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, afirmou que os pagamentos a Dirceu eram descontados da comissões destinadas ao PT. Um representante de outra empreiteira sob suspeita, a Camargo Corrêa, revelou que a empresa decidiu contratar os serviços do ex-ministro de Lula por temer que uma recusa prejudicasse seus negócios com a Petrobras. Empresas investigadas pagaram R$ 9,5 milhões para consultoria de Dirceu.

Texto: Luís Gustavo Machado (Jornalista - MTE 15280)

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