Líder da bancada tucana considera grave a tentativa de obstrução da justiça feita por Mercadante

Agência AL/RS
A tentativa do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, de impedir no âmbito da Operação Lava Jato a delação premiada do ex-líder do governo Dilma no Senado, Delcídio do Amaral, pautou as manifestações dos deputados da Bancada do PSDB, nesta terça-feira (14), na Assembleia Legislativa. Os tucanos ressaltaram a gravidade das gravações que a Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu de Delcídio, onde Mercadante oferece ajuda política e financeira ao parlamentar petista visando seu silêncio.

O líder da bancada tucana, deputado Jorge Pozzobom, ressaltou que o senador disse na delação crer que Mercadante agiu a mando da presidente Dilma Rousseff. “Delcídio afirmou que a tentativa de silenciá-lo certamente partiu da própria presidente da República. Nesse caso, quem tentou obstruir a investigação da Lava Jato foi Dilma. O ministro Mercadante foi apenas um instrumento do Palácio do Planalto”, observou.

Pozzobom lembrou, ainda, que obstrução da Justiça é crime passível de prisão e Mercadante deve ser responsabilizado assim como aconteceu com ex-líder do governo no Senado. “Delcidio foi preso em pleno exercício do mandato porque tentou evitar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró. Se a presidente Dilma tivesse o mínimo de dignidade, exoneraria imediatamente Mercadante por ter cometido o mesmo crime de Delcídio”, avaliou.

Envolvimento de Mercadante

Em sua delação, homologada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Delcídio conta que Mercadante, um dos ministros mais próximos da presidente, prometeu dinheiro e ajuda para que o petista deixasse a prisão e escapasse do processo de cassação de mandato no Senado. Em contrapartida, ele pediu que Delcídio não assinasse o acordo de delação, deixasse “baixar a poeira” e não fizesse “nenhum movimento precipitado”. O ministro Mercadante tratou do assunto com o assessor de Delcídio, José Eduardo Marzagão. Os dois se reuniram duas vezes no gabinete do ministro. As conversas foram gravadas por Marzagão e entregues à PGR.

Texto: Luís Gustavo Machado (Jornalista – MTE 15280)

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