Deputados do PSDB na Assembleia consideram natural Lula ter virado réu pela segunda vez na Lava Jato

Agência AL/RS
O fato do juiz Sérgio Moro ter aceitado a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no âmbito da Operação Lava Jato, nesta semana, não causou surpresa entre os deputados que integram a Bancada do PSDB na Assembleia Legislativa gaúcha. Segundo os parlamentares tucanos, a "farsa", como alegou Lula após ser denunciado pelo MPF, não foi dos procuradores, mas sim do próprio ex-presidente petista, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acatados por Moro.

O líder da bancada, deputado Pedro Pereira, afirmou que a manifestação de Moro deixa evidente a consistência da denúncia dos procuradores da Lava Jato. “Em seu despacho, o juiz Moro foi extremamente cauteloso e deixou claro que sua decisão está longe de significar condenação antecipada do ex-presidente. O magistrado disse reconhecer a presença de prova razoável não só da existência do esquema criminoso de cobrança sistemática de propinas, mas em linhas gerais de que Lula comandava não só os agentes da Petrobras, mas também os agentes dos partidos políticos”, salientou.

Para a líder do PSDB na Assembleia, deputada Zilá Breitenbach, Moro expôs de forma objetiva o conhecimento do “modus operandi” do ex-presidente para ocultação de patrimônio usando o nome de pessoas interpostas, como amigos e conhecidos. “Lula teria recebido vantagens indevidas da construtora OAS no valor de R$ 3,7 milhões num esquema que envolveria pagamento de pelo menos R$ 87 milhões em propinas de megaobras da Petrobras. A maior parte do dinheiro é relativa à construção e a benfeitorias num tríplex à beira-mar no Guarujá (SP). A denúncia aceita por Moro não combina com quem se diz ficha limpa.”, ressaltou.

O deputado Jorge Pozzobom explicou que com a decisão de Moro, as investigações sobre a conduta de Lula no esquema do “Petrolão” chegam às mãos de quem a sociedade brasileira sempre desejou. “Será com a devida isenção e equilíbrio que o juiz Moro julgar o líder-mor do PT por corrupção e lavagem de dinheiro”, concluiu.

Contra Lula já pesam outros nove inquéritos abertos por procuradores e policiais federais, duas ações penais, duas ações de fiscalização da Receita Federal, 38 mandatos de busca e apreensão na casa dele e de pessoas ligadas ao petista, além de quebras de sigilos fiscais, bancários e telefônicos. O outro processo que Lula é réu tramita em Brasília e investiga eventual obstrução da Justiça pelo ex-presidente, ao tentar impedir depoimentos de Nestor Cerveró. Há, ainda, as investigações sobre a participação do petista na organização criminosa do petrolão, a cargo da Procuradoria-Geral da República.

Texto: Luís Gustavo Machado (Jornalista – MTE 15280)

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