Perda de capital político do governo federal enfraquece reforma do Estado brasileiro, afirmam tucanos

Agência AL/RS
Os deputados que integram a Bancada do PSDB na Assembleia Legislativa gaúcha estão demonstrando preocupação com relação às reformas propostas pelo governo federal, que não estão sendo executadas. Para os parlamentares tucanos, a crise política está custando mais caro ao país do que se pode imaginar. O Palácio do Planalto está perdendo capital político a cada nova denúncia e com isso alguns dos pontos fundamentais de sua agenda estão se perdendo, seja para agradar aliados ou por ausência de ousadia.

Na visão dos tucanos, o vigor reformista está arrefecendo na mesma medida em que o presidente Michel Temer precisa assegurar sua permanência no cargo. Por outro lado, os movimentos para as eleições de 2018 também estão dificultando as reformas que o país precisa para não entrar em colapso.

Para o vice-líder da bancada tucana, deputado Pedro Pereira, disse que a base de apoio no Congresso não ajuda, e parece mais disposta a pressionar por mais algum “naco de benefício”, do que em votar temas de interesse do país. A líder do PSDB na Assembleia, deputada Zilá Breitenbach, lamentou o retrocesso no encaminhamento de reformas. Zilá lembrou que há poucos meses o governo federal anunciou a intenção de levar adiante a privatização e concessão de companhias de energia e saneamento. “Em termos gerais, são empresas em sérias dificuldades financeiras, além da capacidade técnica e operacional deficientes. Agora, os editais de concessão devem ficar para o fim de 2018, na melhor das hipóteses”, lamentou.

De acordo com levantamento feito pelo Instituto Teotônio Vilela (ITV), apenas 58% do esgoto gerado no país é coletado e meros 43% são tratados. Com a demora no encaminhamento das concessões, tudo indica que para avançar em questões relativas ao saneamento deveremos esperar o início de um novo governo. Ou seja, as resistências em fazer o que precisa ser feito privam a população, em especial a mais pobre, de melhores condições de vida.

Também na área aeroportuária o programa de concessões enfrenta adversidades conforme indicou o ITV. Para manter a Infraero estatal, o governo federal passou a cogitar a redução da lista de ativos em oferta para concessões ao setor privado. A falta de apoio do presidente Temer está vitimando o que havia de precioso no governo: o ímpeto de levar as reformas adiante, sem as quais o país simplesmente desmorona.

Texto: Luís Gustavo Machado (Jornalista – MTE 15280)

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