Deputada enfatiza posição contrária da Comissão de Saúde sobre a antecipação de formaturas de Medicina


Com relação ao texto da Medida Provisória 934/2020, que permite a antecipação da formatura de estudantes de medicina, com 75% da carga horária de internato concluída, para atuação no combate à pandemia do coronavírus, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa analisou e se posicionou contrária a proposta. Em reunião ordinária virtual realizada nesta quarta-feira (22), os deputados que fazem parte do colegiado decidiram enviar ofício aos Ministérios da Saúde e da Educação sobre esse posicionamento. Segundo a presidente da comissão, deputada Zilá Breitenbach (PSDB), a antecipação pode trazer prejuízos à formação dos futuros médicos, que correm o risco de perder importantes vivências na fase final do curso, assim como conteúdo. O líder da Bancada do PSDB, deputado Mateus Wesp, acompanhou a discussão da comissão.

"A análise feita pelos deputados encontrou também embasamento na posição do Cremers, uma vez que um dos nossos convidados na reunião de hoje foi o presidente do Conselho, Eduardo Trindade, que afirmou ter a mesma opinião. Ele reforçou que essa medida não vai trazer benefícios para a comunidade, uma vez que a falta de recursos humanos está concentrada na área de terapia intensiva", explicou Zilá.

Os deputados ouviram o presidente do Cremers, avaliaram a visão da entidade sobre a pandemia e acessaram alguns temas que estão sendo discutidos pelo Conselho, como: o aumento de leitos de UTI que esbarra na falta de profissionais formados para atender esta área; o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPIs) deve ser constante para evitar a perda de profissionais capacitados para atuar no tratamento do Covid-19; a importância do aumento de testagem da população para saber como está a imunização e assim ter mais clareza na construção de estratégias para evitar o avanço da propagação do vírus; e sobre a flexibilização do distanciamento social e como ela pode afetar no achatamento da curva que até o momento segue conforme o esperado.

O infectologista do Hospital de Clínicas, Ricardo Kuchenbecker, dialogou com os deputados sobre a atuação do hospitalar. Kuchenbecker respondeu perguntas referentes à ocupação de leitos e a possibilidade de disponibilizar leitos de retaguarda, além de tecer considerações sobre testagens realizadas em pacientes e funcionários.

Texto: Bethania Haas Loblein (Jornalista - MTE 10359)

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