Precisamos agir para superar a violência contra a mulher

Artigo de Kaká D’Ávila, deputado estadual (PSDB), publicado originalmente no Correio do Povo (06/04/2023).

Os indicadores relacionados à violência contra a mulher no Rio Grande do Sul seguem em trajetória crescente e alarmante. Os números ascendentes da violência cometida contra as mulheres se revelam no mais recente levantamento pela Polícia Civil sobre o tema. No ano passado, 106 vítimas foram assassinadas por questões de gênero. Isso significa 10,4% a mais do que em 2021, quando foram 96 mortes por feminicídio. Havia um movimento descendente entre 2018 e 2020. Em 2021 voltou a aumentar, assim como em 2022.

Por essa razão devemos dedicar total atenção ao problema e usarmos os espaços de tomada de decisão para auxiliar as autoridades que atuam na prevenção e na busca por justiça. Muitas ações estão sendo propostas na esfera pública. Recentemente, protocolei na Assembleia Legislativa projeto de lei que visa amparar e fortalecer as mulheres expostas a agressões. A proposição está focada no encaminhamento para o emprego, fazendo com que a mulher adquira autonomia financeira para sair de casa e assim quebrar o círculo de violência.

A ideia é criar uma política pública permanente denominada “Volta Por Cima”. A iniciativa tem como objetivo realizar atendimento especializado, voltado exclusivamente às mulheres vítimas de violência doméstica e de assédio sexual residente. Elas terão acesso ao acolhimento durante a permanência no programa, assim como o encaminhamento a cursos de capacitação profissional, acompanhamento psicológico, atendimento médico, orientações sobre inserção no mercado de trabalho e direcionamento a vagas de emprego.

O programa “Volta Por Cima” vai ao encontro de ações voluntárias que já desenvolvo, como o “Bike Delas”. Por meio de uma bicicleta customizada para atender o público feminino, circulando por Porto Alegre, ofereço vestuário e maquiagem, visando elevar a autoestima das mulheres, em especial aquelas que sofreram algum tipo de violência. Também arrecado currículos e as preparo para entrevistas de emprego. Devemos fazer a nossa parte, utilizando tudo que esteja ao nosso alcance para ajudar a resolver um problema que não se limita apenas às mulheres.

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